sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A pérola da esperança




Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor. 1 Coríntios 13.13

Dizem que a pérola nasce do incômodo que um cisco causa ao delicado organismo de uma ostra. Como mecanismo de proteção, a concha recobre o corpo estranho com uma secreção que, com o tempo, se transforma em uma linda pérola.

É assim que vejo a esperança, nesse inspirado texto de Paulo.

Repare na ordem das três coisas que permanecerão, quando as profecias desaparecerem, as línguas cessarem e a ciência passar: fé, esperança e amor.

A pérola da esperança é muito frágil e não nasce em ambiente hostil. Fora da concha, ela não passa de um cisco de medos, angústias e ansiedades. O que há de pior na vida. Mas ao se alojar entre a fé e o amor, a esperança encontra o ambiente apropriado para incríveis transformações.

A fé traz a dimensão do sobrenatural. Sem ela, a esperança se limita às possibilidades da vida ou, então, a um sonhar romântico e alienado. Mas na fé o impossível é mais que possível, é provável.

Já o amor traz a segurança, o perdão, a misericórdia, a paciência, o recomeço, a alegria. Não preciso ser punido pelo que sou ou pelo que faço. Posso dormir tranquilo.

Entre essas duas faces da concha, protegido por fibras resistentes, aninha-se o elemento mais frágil e mais delicado: a esperança. Ali, no aconchego da proteção, ela olha para a vida, para a luta, e sorri com um brilho especial de pérola.

Retirada de Devocionais Para Todas as Estações (Editora Ultimato, 2009)

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